2012 e o apocalipse Malthusiano da Indústria Cultural

Que tal fazermos uma breve reflexão a cerca do conteúdo ideológico na indústria cultural através do filme 2012 que foi lançado recentemente no cinema? Será que podemos identificar no filme traços de elitismo, etnocêntrismo e racismo, por trás de uma mais uma história de catástrofe produzida pelos estúdios de Hollywood?
Utilizando-se mau e porcamente de teorias oriundas de interpretações duvidosas da cultura Maia e de absurdos científicos, o filme 2012 narra um apocalipse que aconteceria daqui a alguns anos. Em meio a este desastre, alguns protagonistas tentam se salvar unindo-se a planos que visam de alguma forma salvar à humanidade, ou uma mínima parte dela.

Logo no inicio do 2012 vemos que indígenas descendentes dos maias praticaram suicídio coletivo na floresta, logo depois divulgam que a América latina teria sido destruída pelos mares. No prosseguir da história, além de se ver os protagonistas americanos correndo de um lado pro outro, fugindo da destruição. Vemos também alguns animais exóticos da fauna africana serem salvos por helicópteros. No continuar da trama os protagonistas descobrem o plano para se salvar a humanidade, e mesmo achando suas linhas gerais injustas começam a se inserir nele. Vão eles para a China ( a nova potência capitalista) onde imensas arcas foram feitos para salvar todos os indivíduos que puderam chegar até o local de uma enchente global. O mais importante, para chegar ao local haviam duas possibilidades: Pagar preços milionários (sob a justificativa de que era necessário cobrar este investimento para arcar com a construção das arcas) ou então ser escolhido genéticamente para compor a tripulação que iria sobreviver (isso mesmo, geneticamente).

Os protagonistas do filme escolhem uma terceira via, entram pelos esgotos ilegalmente e acabam tendo um final feliz. Para terminar depois do Planeta todo ser destruído pelas águas; os habitantes das arcas recebem a notícia de que a África (que até agora não tinha sido citada no filme, a não ser indiretamente pelos animais como elefantes e girafas salvos por helicópteros) emergiu dos mares e esta pronta para ser habitada. Depois disso sobem os créditos.

Índios suicidas e América latina destruída, da Africa são salvos os animais e depois vê-se o seu retorno dos mares (ou seja um continente “limpo” de seus habitantes originais pronto a ser habitado por outros). Sinceramente, 2012 é um dos filmes mais racistas, elitistas e absurdos dos últimos tempos produzidos pela indústria cultural.

Talvez no subconsciente da elite global o mundo precise passar por um apocalipse malthusiano, que faça sumir os pobres, miseráveis, negros, índios e árabes da face do planeta.

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2 Comentários

  1. Diego, seu comentário me lembrou dos filmes norte-americanos da Guerra Fria, onde os comunistas eram ligados às máfias e organizações criminosas russas e "UM" herói norte-americano, matava a todos, salvava o mundo e acabava com a "bagunça"...rs...

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  2. ou então TARZAN , onde UM homem BRANCO, era o herói que organizava toda a bagunça da África negra.

    2012 é mais um tiro da indústria cultural racista

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