Cidade, Sociedade Civil e Política


“As habitações têm
Tetos de restos sem nome;
Pedaços de latas, pedras,
Papelões, papéis molhados”
Pablo neruda-Grécia- livro canto general

Por uma perceptiva hegeliana-marxista, consideramos a cidade como a condição espacial da sociedade civil. Esta se estrutura na relação entre individualidades, cujas satisfações e interesses particulares são interdependentes, afirmando-se por meios do outro; cujo fim é a base de um sistema de dependências recíprocas, uma universalidade responsável pela ligação de todos os indivíduos.



Em uma sociedade civil estruturada no capital, as satisfações destas individualidades são asseguradas pelo lucro, como uma universalidade representativa dessa estrutura de relações recíprocas.

Neste contexto, a cidade é compreendida e habitada segundo relações de produção capitalista e maximização do lucro, refletindo no espaço urbano uma segregação social conforme afastamento das centralidades do poder consumidor e de trabalho.Em contraponto a este urbanismo excludente, planejado segundo sistemas financeiros, desenvolve-se uma urbanização informal em áreas residuais, não previstas pelo sistema, porém estruturadas a partir da busca de roximidade das centralidades.

Pensar a arquitetura e sua função social, até todo o contexto urbano e suas relações de convívio e uso; é questionar politicamente a universalidade da sociedade civil, refletindo criticamente os caminhos que até hoje tomamos e os que iremos traçar daqui a frente. Deixando de lado o olhar de arquitetos demiurgos, que só compreendem o espaço visto do alto, por uma análise a partir do chão, das relações da sociedade civil.

Rodrigo C. Bertamé Ribeiro

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