CIDADES DOS FLUXOS E MOVIMENTOS

O problema consiste em tomar as armas do rei e dá-las ao povo, em se opor a uma organizaçãp de estado fundada na pexpropriaçãodos sujeitos em súditos. A Negri 2002.p205


O trabalho a seguir apresenta-se por um texto simplificado para agradável leitura de todos que nos acompanham. Hoje apresentaremos a cidade sobre a ótica contemporânea, suas novas estruturas que podem por nós ser apropriadas para uma nova forma de luta.
Primeiro ponto, para análise, a observamos sobre a perspectiva de um sistema operacional;" nada é vivenciado em si mesmo" - A cidade não se resume a sua estrutura física, ela é formada por todas as relações que nela acontecem.


A era informacional nos trouxe uma hegemonia dos sistemas de comunicação e com eles uma nova forma de compreender estas conformantes da cidade, com a introjeção nas suas estruturas de um sistema de redes de fluxos de informação que permitem uma nova comunicação.
Lembremos que comunicação é diferente de informação; em comunicação o foco está na troca de informações, na produção do diálogo, todo produto é comum.


A cidade contemporânea apresenta-se diante de nós por essa sobreposição na cidade: onde temos a cidade informacional e a cidade física,ondeo espaço construído já não é mais o lugar condicionante de encontros e desencontros. A cidade informacional [esta composta pelas redes de comunicação] nos permite modificar a relação local-global de forma importante; o indivíduo hoje se põe a partir de seu espaço mais privado a construir comunicação com pontos extremos, constituindo assim, tribos e comunidades supra-nacionais.


De dentro de nossos escritórios, salas e quartos, podemos acessar e gerar contato com o mundo todo


Estas associações nos possibilita elaborar novas formas de luta e resistência, agregamo-nos com outros grupos,que de forma colaborativa produza uma nova força comum. Porém temos que lembrar que a cidade informacional por si só não rompe com as dicotomias da cidade física, os fluxos virtuais que propõem a instantaneidade das trocas, acelerando processos importantes de produção não reduzem os tempos consumidos em uma metrópole por exemplo, a logística sob a qual a pobreza vive não é resolvida pela cidade informacional.

Então temos a pergunta: Qual a importância da cidade informacional?


-Um dos pontos e o primeiro apresentado aqui será: As redes nos permitem construir uma nova plataforma de produção. Já não dependemos mais do espaço ou tempo para tal, podemos pelo sistema de redes elaborar projetos e ações nos organizando de forma descentralizada, em territórios diferentes com grupos onde as pessoas não necessariamente se conheçam, somos capazes de agir politicamente utilizando a comunicação como arma de combate.


As novas relações do espaço ampliado e tempo instantâneo nos traz a possibilidade de usar este novo elemento da infra-estrutura urbana para a resistência, e para uma nova democracia possível.


Sendo possível, como fazer?

                                              Usar a comunicação como arma de luta. A cidade informacional nos dá acesso a uma quantidade infinita de informação, não só recebemos mas produzimos informações também, utilizarmo-nos desta ferramenta é imprescindível, construir divulgação através de blogs [linhasdefuga por exemplo] , sites, fóruns, twitter, redes de relacionamento como orkut e facebook, utilizarmos deste caminho para mostrar o mundo que existe e as grandes mídias não mostram, para debater questões inerentes a nossas lutas pela vida, termos voz, criarmos debates sobre as relações de poder e exploração ou similares.


                                                  Outro fator; se utilizar desse sistema para produzir e organizar ações em comum; um grupo não precisa mais estar em um mesmo local físico para se organizar, a partir de softwares como windows live messenger, google talk, yahoo, podemos promover reuniões, deliberar atas debater e construir projetos rompendo as limitações da cidade, estado, nação.


                                              Podemos organizar ocupações e intervenções coletivas que ocorram em diversas partes do globo simultaneamente, e muitas outras coisas podem ser feitas.


Temos assim visto que há um potencial de luta muito grande por traz destes sistemas, e que devemos reapropriar, como citado no início deste texto, temos que tirar as armas do rei e dá-las ao povo, temos de nos reapropriar – Sim digo REAPROPRIAR pois toda forma de conhecimento e produção tem base coletiva de elaboração; nenhum conhecimento produzido é totalmente novo e independente de análises ou produções já existentes, logo todo conhecimento produzido no mundo tem um quê de produção comum, e que muitas vezes é simplesmente apropriada utilizada e depois não retorna para o bem comum. - por isso temos de nos reapropriar destas ferramentas para a produção do bem comum.


É fundamental porém lembrarmos que a luta não pode ficar apenas no campo das virtualidades, temos que considerar que nem toda a sociedade vivencia o acesso à cidade informacional; devemos trazer portanto a militância para o âmbito da cidade real, e trabalhar a militância sobre todas as formas possíveis, temos que ter em mente que nos dias de hoje, no combate pela vida a militância é biopolítica, isto é, deve abranger todos os sentidos da vida, seja o político representativo, artístico, cultural, cotidiano.


Rodrigo Bertamé Ribeiro

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