Começa um novo ano, e junto uma nova novela e velhos mitos.
tempos modernos - Globo
Apresenta-se aqui a história: um homem, que enriquece, a partir do velho discurso do trabalho duro ( que nenhuma novela explica como acontece), constrói um edifício ao modelo cidade vertical inteligente, movido por um sistema panóptico representado pelo computador Frank.
Diferente dos Tempos Modernos do Chaplin onde há o debate da massificação e exploração das forças de trabalho, onde discute-se a vida de um personagem pobre tentando se inserir na sociedade moderna e sofrendo pela exclusão, a Novela da Globo resume-se ao mais do mesmo de suas novelas, a vida de um homem rico cuja vida é direcionada a família, como dito na própria novela de forma assustadora onde a filha apóia o pai com a frase "- tudo que ele fez certo ou errado, mais errado foi pelo bem da família", ou mais assustador ainda o bordão do personagem principal "-palavra de rei não volta atrás" duas simples frases que demonstram uma postura no mínimo inconsistente com uma sociedade democrática, que a rede Globo tanto diz defender.
Assim mais uma novela Global se inicia, mostrando-nos a contradição dos discursos expostos pela emissora, a mesma capaz de condenar uma ditadura venezuelana, e defender um golpe e ditadura em honduras, a mesma emissora que tenta esvaziar o programa nacional de direitos humanos.
Comparando o discurso da emissora, onde a arte imita a vida, tento encontrar em tempos modernos onde está essa vida verdadeiramente representada; seria no estereótipo do homem pobre que se apaixonará pela mulher rica, seria nos ambiciosos da classe média alta que tentarão roubar toda a riqueza do poderoso representado pelo Antônio Fagundes, na tribo de roqueiros ou outros alternativos que são contra a ideologia do grande empreendedor, e cujas formas de atuação são caricatas e pouco relevantes para um processo real de mudança social?
De tudo a única coisa que temos certeza é : - Os Tempos Modernos de Chaplin tem muito mais a oferecer em 87 minutos do que Os Tempos Modernos da Globo em seus meses de exibição.
tempos modernos -Chaplin
2 Comentários
Eu me lembro que em 1982, eu tinha 03 anos e não muito o que fazer. Aí assistia uma novela com o José Wilker ainda garotão, galã da Globo, bem como Fagundes em na mesma época em "Amizade Colorida", com seu bigodão, fazia um fotógrafo, tipicamente pegador e solteirão com mais de 30 do início dos anos oitenta. Mas voltando a Wilker, ele era rico e tinha um robô... E esses caras sempre surgem da miséria! "Na natureza nada se perde, tudo se transforma"... Poxa, é gafe minha, mas esqueci o nome da porra do filósofo autor dessa frase...
ResponderExcluirNa globo se eu não me engano o filósofo era o chacrinha.
ResponderExcluirdo wilker eu lembro de uma boa, -ROQUE SANTEIRO- ele era o roque, um cara que quando a cidade foi invadida por cangaceiros desapareceu, o povo criou um mito de que ele tinha dado a vida para defender a cidade e que virou santo.
passam-se os anos, a cidade vive toda em torno desse mito, então o Roque volta a cidade, rico, e o conflito todo da novela gira em torno de não deixar o cara aparecer, pois isso destruiria o mito e por consequência arruinaria muita gente na cidade.
a sim roque era pobre e ficou rico, mas esse foi explicado, o cara roubou todas as peças de ouro da igreja. claro que a globo fez essa novela quando já queria derrubar a ditadura militar.