Há muito que circula a idéia de que o Rio de Janeiro é a capital cultural do Brasil. Tal idéia se baseia na produção carioca durante a história de símbolos culturais que marcam o país, como o samba, o choro, entre outros.
Mas podemos realmente resumir a produção cultural nisso? A cara do Brasil é pura e simples 'cariococentrica'? Pensar assim é deixar de lado toda a pluralidade do país, e resumi-lo a uma homogeneidade pobre, e um domínio cultural que não corresponde a verdade encontrada na totalidade do território nacional.
Não estamos negando a importância cultural do Rio para o País, tanto como produtor quanto divulgador, durante muito tempo grandes nomes ganharam o brasil e o mundo através do Rio, nomes como Gonzagão, Raulzito tinham acesso a todo o sistema nacional através das portas que o Rio possuía.
As novas ferramentas de divulgação as facilidades de produção cultural que propiciam hoje um contra poder a esta relação da centralidade cultural no sudeste, hoje vemos redes de cultura fortes acontecendo no norte-nordeste por exemplo, rádios e mídias em geral independentes produção cinematográfica teatro , a força cultural que brota do norte já não necessita mais estar no sudeste para sobreviver.
O mito porém ainda persiste em alguns discursos, o Rio de outrora já não tem mais a verdade cultural , não podemos ver isso como algo ruim, ao contrário o movimento que as novas tecnologias de informação propiciaram permite uma maior descentralização e pluralidade, hoje já não encontramos mais um ou outro representante de uma arte interiorana que conseguiu furar o grande bloqueio das elites culturais do país, hoje sim podemos encontrar todo tipo de produção e de artista que imaginarmos de todo e qualquer lugar.
Rompemos com as castas mas não ocupamos o lugar delas , simplesmente construímos um lugar para nós, um lugar onde a cultura independente pode ser apresentada e representada, debatida, produzida, divulgada e constituída.
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