Manifesto de um Estudante de Medicina


Olá Reis e Vladimir. Sou Raphael, acadêmico de medicina do sétimo período da Universidade Federal Fluminense. Escrevi um Manifesto de repúdio à postura adotada pelo Hospital Universitário Antônio Pedro mantendo a emergência referenciada, mesmo em situação de calamidade pública em quem Niterói se encontra. Segue abaixo o MANIFESTO. Gostaria também de saber, se posso contar com o apoio de vocês para uma possível manifestação que os estudantes de medicina possam vir a fazer, pois o HUAP é um bem público e o hospital é do POVO!


MANIFESTO

Em meio ao caos em que Niterói se transformou com as chuvas, com perdas de inúmeras vidas e um contingente grande de feridos e desabrigados, sinto-me envergonhado que o nosso hospital escola (HUAP) se mantenha com sua emergência referenciada, adotando uma postura de passividade em relação à toda população de Niterói.

Fico indignado que a Faculdade de Medicina tenha dispensado todo o seu corpo discente, ao passo que podiam estar auxiliando no socorro daqueles que precisam.
Até quando vamos adotar uma postura de passividade? Até quando vamos deixar que tomem atitudes por nós? O hospital não é propriedade de quem o dirige, é NOSSO, é um bem público, é de toda a população que paga impostos! Como vamos nos explicar para a sociedade, vide que o principal hospital público da cidade mais atingida do estado se encontra referenciado? Como vamos discutir integralidade e saúde pública se em estado de calamidade pública o hospital adota essa postura? Chega a ser repugnante ler uma notinha na homepage da UFF afirmando que a emergência não está fechada. Até quando vamos aceitar essa mentira? É lamentável que um hospital que tem uma bonita história, que remonta à 17 de dezembro de 1961 no incêndio do Gran Circus se mantenha indiferente à toda uma cidade, que sofre mais uma vez uma grande tragédia.

Como cidadão e estudante de medicina, não vou ficar calado! Uma Universidade forma "pensadores", pessoas com espírito crítico, agentes transformadores! Não é possível que nos mantenhamos calados perante a tudo isto, não é possível que não tenhamos espírito crítico, não é possível que não transformemos à realidade à nossa volta. Se a comunidade acadêmica adotar uma postura de passividade, então o sentido da Universidade se perdeu e é melhor fechar as portas.


Abraços,

Raphael Figueiredo.

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