arcos parques e remoções, somos todos vila mimosa



Temos que debater a respeito da decorrencia de projetos urbanos que estão sendo realizados no nosso município sem que tomemos conhecimento de suas verdadeiras fontes, propostas, orçamentos e outras questões que os mesmos envolvem.

Vemos uma cidade sendo invadida por arcos de estrutura metálica de gosto duvidoso, tentativas de fechamento de avenidas importantíssimas para o grande fluxo urbano saídas da decisão de um governo,  acontecendo em um município que sequer conseguiu construir seu plano diretor, o que é no mínimo ridículo para uma das cidades mais importantes do país. 

Nos leva a questionar, a quem pertence a cidade do Rio de janeiro?  A quem é interessante ações como o fechamento da Av. Rio Branco, uma das pistas de conexão mais importantes do centro da cidade? Pois certamente não parece estar nesta lista de pessoas os usuários constantes de escritórios e comércios e os que dependem do transporte público .

Nos questionamos se é tão prioritário construir mais um parque urbano  a beira do Aterro do Flamengo  em uma região que é extremamente bem servida de praças e largos como o centro da cidade enquanto áreas como Sepetiba ou Pavuna tem que permanecer com uma estrutura urbana precária.

Em tom de brincadeira, nós do linhas de fuga chegamos a uma conclusão que o projeto tem como intento uma separação mais física entre a zona sul e a zona norte onde a primeira ficaria girando em torno do passeio público enquanto a segunda o faria em torno da candelária.

Assim vemos agora outra repetição dos mesmos erros, com a desculpa de um bem publico prioritário que seria o trem Rio-São Paulo , transporte que considero fundamental para a região sudeste,  o governo busca remover um dos pontos de movimento boêmio tradicional do Rio, sem que tenhamos debate público, sem demonstrações claras sem apresentar outras propostas viáveis aos cidadãos que sofrerão o impacto direto da intervenção, a Rua Ceará e circunvizinhanças região hoje conhecida como vila mimosa, não mais em nome de um Deus cristão e da família, mas em nome do dinheiro nosso deus atual,  o projeto pretende limar do mapa uma região que além da questão econômica gerada dentro dela como pode ser lido na matéria do jornal o Dia apresentado aqui engloba também uma questão simbólica do município, o local onde hoje é a vila mimosa é fruto de uma remoção anterior da área de prostíbulos do local onde hoje situa-se a sede da prefeitura do Rio de Janeiro, vulgo Piranhão, ainda nos questionamos também do para que precisavam ter removido as Putas e seus prostíbulos daquela região para construir um edifício que teria a mesma finalidade, mas isso é outra história.

Talvez muitos venham defender que a remoção desta área é para um bem social maior, defesa esta que pode cair por terra quando olhamos para o metrô como exemplo, nos perguntamos quantos edifícios foram removidos para que o metrô fosse construído na linha 1?  Ou quando abrindo um mapa do município um google Earth mesmo podemos ver quantos terrenos vazios sobraram das remoções da abertura da Av Presidente vargas, remoções estas que nos trouxeram como consequências favelizações que hoje tanto incomodam os cidadãos de bem, e vazios urbanos desnecessários deixados, que conseguiriam compor até um parque urbano, este sim creio que seria muito bem utilizado pelos moradores do Estácio e do Catumbi.

É de muita alegria quando vemos no jornal exposto o trabalho de um amigo como o Guilherme Ripardo, que pensa e entende a importância de pessoas sobre a importância de números, a importância de um lugar e que compreende como um trabalho de arquitetura pode ser uma arma de potencia e luta  para a cidade, em um projeto onde não é o corpo na vitrine,  mas o ser humano vivendo e se desenvolvendo.


veja aqui : VIVENDO VILA MIMOSA - GUILHERME RIPARDO

Nesta região, onde se expulsa a pobreza com a desculpa de que eram putas, no melhor modo de pensar do pitboy que queima índio achando que é mendigo ou espanca empregadas achando que são prostitutas, o governo do Rio impõe sua decisão, sem debate sem respeito a sociedade civil sem cogitar as outras propostas.

Em uma modesta opinião só o que tenho a dizer é, acho que este governo ao eliminar a vila mimosa e seus prostíbulos, no fundo só quer acabar com a concorrência. 


e no fim, somos todos vila mimosa


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