Crítica "Destinos Ligados" de Rodrigo García

“Mother and Child” foi erroneamente traduzido para “Destinos Ligados”, remetendo-o às novelas mexicanas, o título original o exemplifica perfeitamente. O filme trata da relação entre mães e filhas, abordando relacionamentos tempestuosos. Ele inicia com um breve acompanhamento de uma gravidez prematura e o nascimento da criança. A partir deste acontece o desenrolar da história. Elizabeth, uma mulher decidida, inicia um affair com seu chefe; Karen é infeliz por ter entregue a filha para adoção e não tem uma convivência saudável com a sua mãe e sua empregada; Lucy não pode ter filhos, decide adotar uma criança e vai ao encontro de Ray, uma jovem prestes a parir um filho que não deseja criar, mas quer ter certeza de que o filho terá uma boa criação.
Enquanto Almodóvar pinta suas mulheres de vermelho, a cor das mulheres de García seria o preto. Elas se mostram decididas, independentes, fortes, duronas e dominadoras de seus sentimentos. Não irei enganá-los, as protagonistas deste filme são amarguradas, ressentidas, cheias de sorrows e necessitadas de amor; isso fica claro em suas atitudes e decisões. Ao mesmo tempo em que todas suas friezas e dominações são decorrentes de suas inseguranças.
Rodrigo García puxou o talento de seu pai, o escritor Gabriel García Marquez. Ele também roteirizou este longa que foi produzido por Alejandro Gonzalez Iñarritú. Não é a toa, que a trama possui personagens fortes que se cruzam devido a algum fator, isso nos referencia aos filmes de Alejandro.
O longa é um verdadeiro drama, mas não deixa de instigar o espectador. Um filme tecnicamente competente, onde os personagens são o grande diferencial. Seria redundante da minha parte dizer que Naomi Watts, Annete Bening e Samuel L. Jackson estão fabulosos. Sem uma publicidade e distribuição digna, “Destinos Ligados” chega aos cinemas sem a devida atenção que merece.
Estreia: sexta feira, 13 de agosto.

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