Seja marginal Seja Herói

Em épocas de ditadura a relação entre a marginalidade e o heroísmo era realmente muito tênue, víamos grandes artistas de hoje, outrora tratados como bandidos, pessoas como Betinho e Henfil por exemplo, cujo crime era olhar para o país e desejar  um brasil melhor.


Vemos como é tolo e desesperado tentar, nos dias de hoje, condenar alguém como criminoso e terrorista por atos em um país que estava banhado em inconstitucionalidade, e que após todos os atos horrendos de um determinado tipo de governo anistiou todo e qualquer crime.


Penso hoje, o que é ser terrorista? acreditar em algo melhor? se dedicar a luta pelos mais necessitados? pelos que tem menos condições de força política social e econômica? até onde ser terrorista é realmente uma categoria objetiva até onde é uma subjetividade cuja única função é impor um temor coletivo de um mal possível?


Sim o Brasil teve muitos terroristas e cada qual sofreu sua condenação, tivemos Portinari que nunca pôde ver a obra que embeleza a sede da ONU nos Estados Unidos, sim tivemos Herzog que por sua dedicação e denúncia foi suicidado de forma totalmente arbitrária,  sim tivemos Betinho e Henfil cujo trabalho sempre foi de valorizar a força do povo pobre e tentar ao máximo tirá-los da linha da miséria.


Sim esses são nossos terroristas, e  somam-se outros nomes como Chico Buarque e companhia, com suas letras e canções, ou Caetano Veloso que teve um show cancelado por carregar no fundo do palco uma bandeira de nosso grande Hélio Oiticica, bandeira singela que deixo aqui.

Todos que de algum modo estamos fora das leis e do universo dos poucos que controlam o mundo somos ameaça, e tenhamos feito algo ou não; todos somos terroristas aos olhos dos que nos temem. tropimage056

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