CRíTICA: RIO SEX COMEDY


“Rio Sex Comedy” de Jonathan Nossiter se apodera dos clichês do olhar estrangeiro sobre o Brasil, apresentando três histórias que se interligam com humor, mas ‘perde a noção’ em certos momentos. No elenco: atores brasileiros, americanos e franceses; a fim de expor distintos pontos de vistas acerca do país.
Bill Pullman é William, o embaixador americano que não tem talento para o cargo e conhecimento sobre o país, ele se aventura em uma comunidade, lá é mantido por Fisher, outro ‘gringo’ que faz Jeep Tour pela cidade. A recém chegada Charlotte (Charlotte Rampling), uma cirurgiã plástica que não incentiva suas clientes e sim as interroga sobre a relevância da plástica. Em outra mão, Irene (Irene Jacob) uma documetarista que se aventura nas favelas registrando depoimentos dos moradores, junto com Robert e uma tradutora (Branca Messina, mais uma vez apagada).
O cômico é impresso nas atuações através do roteiro, sendo contra-balanceada pelos depoimentos dos moradores, estes dão o tom realista e expõe o tratamento que as domésticas e subordinados recebem de seus patrões. As situações vagueiam entre o ridículo, surreal e o clichê; algumas delas não funcionam, algumas de mal gosto, estas remetem os espectadores aos filmes que divulgam o país como o do sexo. Assim como os gringos que vão às favelas em busca de mulheres ou os índios que são explorados como pontos turísticos.
Outro ponto importante no filme é a relação do governo nas comunidades; William tenta ajudar os moradores e não sabe como, daí aparece mais um clichê, decide montar uma ONG para ajudar os moradores. Os espectadores são familiarizados com esta situação: existem centenas de ONGs instauradas nas comunidades, mas seus trabalhos não são suficiente para ajudar a população. William e Fisher montam uma com o conceito fora dos padrões, expondo ao ridículo as favelas cariocas. Esta piada pode ser levada à serio.
Não houve uma dosagem sutil da paródia, subentendendo que é mais um filme com a visão errada acerca do país, e este mal entendido pode expandir a outros países. O longa entra para o hall dos filmes que mostram o Brasil pior do que é. Apesar dos pesares, “Rio Sex Comedy” é divertido, à sua maneira.

Ficha Técnica

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