vencer serra nas urnas vencer dilma nas ruas

No decorrer desta campanha política o que temos visto?

Ataques pessoais, mudanças de pensamento, pouco debate sobre questões reais inerentes aos problemas e potenciais do país. Ambos os candidatos cercados por um vício novo que vem crescendo a cada eleição conseguiu construir uma campanha que chega ao 2º turno no mínimo melancólica para os candidatos que peliteiam pelo ponto maior do Brasil.

Confesso ter, no início do correr eleitoral, a crença firme de que o Serra ganharia esta eleição fácil, com um histórico de disputas presidenciais em meio a candidatos que apesar de uma história política conhecida por quem é do meio, não tem tanta visibilidade para o povo quanto o ex-governador.

Em um dado momento porém, o jogo virou e tudo começou a indicar uma esmagadora vitória do PT de Dilma, uma vitória de 1º turno que consolidaria de vez a força do Partido dos Trabalhadores.

Hoje porém o que vemos se não dois candidatos em brigas exaustivas que pouco importam aos brasileiros em si.  Cada um com seu PIG tentando derrubar o outro, cada um com suas igrejas alegando que o demonio está com o outro, Um atua como fantoche de um presidente, e outro faz o povo de fantoche em seu programa eleitoral.

Essa é uma eleição que a culpa maior para mim vem do profissionalismo da política, que exige seu bando de marketing tanto de um lado quanto de outro. Uma campanha Serrista que começa associando Serra a Lula , em uma tentativa desesperada de conseguir votos do símbolo maior e sua oposição pode não ter sido a principal mas com certeza foi um dos pontos que mais derrubou o candidato pessedebista, como você pode agora Serra acusar lula e o PT de alguma coisa se no início de sua campanha (dois ou três meses atrás) estava se comparando e glorificando seu opositor?

O medo do que poderia representar para a candidatura do Serra bater no Lula, o tirou da oposição, o jogou em um limbo de indefinições sobre a posição real do partido e da campanha, e o povo percebe isso claramente e responde a isso nas urnas.

Assim foi essa eleição, sobem e descem números de pesquisa muda-se o discurso dos candidatos. Plínio foi honesto, como franco atirador jogou as merdas que pode no ventilador.

A campanha se segue, o 1º turno cada vez mais próximo do PT que apresentou um discurso coerente (concorde ou não, o discurso tem início, meio e fim), Começa então a ação do PIG, com escandalos provados ou não sendo estourados em véspera de eleição, a carinhosamente chamada bala de prata, (lembremos porém que não haveriam tais escandalos se não tivessem dado motivos para isso)  e por emails uma campanha suja de dilma filha do demonio, e cancer maligno, entre outras boatarias, que levanta-se marina para tentar levar Serra ao segundo turno.

Em um dado momento creio eu que os marketeiros de Serra preferiram não mostrar sua face, trocaram o real pela marionete em campanhas, e preferiram ações de fora Dilma a ações de vote em Serra. As boatarias religiosas somadas a escandalos de uso da máquina a favor próprio levaram Dilma a perder o primeiro turno e colocaram frente-frente Dilma e Serra em um segundo turno.

A campanha segue e a luta trava-se na busca pelos cristãos, de um lado malafaia, de outro macedão, a ICAR toda rachada, ficam os candidatos em uma beatice, todos são católicos agora, desde criancinhas, todos são contra aborto e contra casamento gay. surge uma nova pesquisa e vê-se que Serra perdeu muito voto GLBTS então volta atrás e se diz a favor de casamento gay.

Nisso já se passaram meses e vejam nessa postagem o que de importante foi debatido até agora nas eleições?

Dilma consegue construir uma proteção anti-boatos, consegue fortalecer uma relação com igreja e consegue constituir um PIG, sim agora os dois lados tem as mesmas armas, todos tem discurso parecido, falam o que o povo quer ouvir, são quem o povo quer, ou quem eles pensam que o povo quer.

Um dos grandes desgastes de Serra, talvez por um pragmatismo ou ansia pelo poder, o levou a uma campanha no mínimo esquizofrenica, em que hora aparecia como amigo e sucessor natural de Lula, e hora como opositor, hora aparecia como promovedor de políticas assistencialistas, hora como um neo-liberal quando não chegou como um ultra-direita ao levar a campanha para debates de cunho moral, colocando a religião quase como centro das questões do Brasil.

Pelo outro lado também nunca na história deste País um presidente foi tão cabo eleitoral de seu candidato, criando uma situação de excessos perigosa para a disputa. Hoje vemos o fim de uma eleição estranha, que pensávamos ser a primeira sem o Lula mas não foi.

Nestas eleições vi PSDBista ter vergonha de votar no Serra, Vi Petista com vergonha de votar na Dilma, vi o PV se tornar uma fuga para as pessoas, e vimos o costumeiro esconde-esconde que fazem com os candidatos da esquerdona.

Vamos nessa Brasil, VENCER SERRA NAS URNAS, VENCER DILMA NAS RUAS

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1 Comentários

  1. Depois d derrota do que existe de pior é hora de lutar para além das amarras da pseudo democracia eleitoral. A luta é nas ruas com o movimento social.

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