A operação militar do Complexo do Alemão

01/12/2010
A Comunidade do Complexo do Alemão foi invadida essa semana por uma ação conjunta do Governo federal e estadual e municipal no que foi classificado como a guerra do bem contra o mal.
Homens da Marinha, do Exercito, da Polícia Federal, do Batalhão de operações Especiais da Polícia Militar e a Polícia Militar do Rio de Janeiro tomaram os pontos de venda dos criminosos Na Vila Cruzeiro e no Complexo do Alemão, numa ação digna do filme tropa de elite 3 que foi a maior parte do tempo televisionada para milhões de brasileiros como uma demonstração de força do Estado democrático de direito, pelo menos assim foi classificada pelo governador do estado.
Dias antes a invasão o Rio de Janeiro estava passando por momentos de tensão, devido a uma onda de incêndios a transportes coletivos e arrastões promovidos, segundo a secretaria de segurança, por criminosos. A mídia oficial chegou a justificar a onda de ataques ao avanço da política de pacificação nas comunidades, que estaria impondo ao tráfico de drogas um prejuízo muito grande e por isso eles estariam colocando fogo nos transportes coletivos na cidade com a intenção de dividir a atenção da polícia e mantê-los afastados dos seus territórios e praticando arrastões para manter uma base de pagamento aos criminosos que já não estariam mais lucrando muito por conta das comunidades pacificadas.
Um belo dia ligamos a televisão e deparamos com o tropa de elite 3 que não foi anunciado nem no cinema e já estava na tela da TV, um bonde, ou melhor, bonde não porque com aquela quantidade de gente tava mais pra metrô armado, saía da Vila Cruzeiro em direção ao Complexo do Alemão essa cena gerou uma forma de filme diferente no Rio de Janeiro, um filme com participação direta da população que foi levada pela mídia oficial a gritar em um só coro MATA, MATA, MATA, MATA. Noam Chomsky (Anarquista e linguista Americano) em matéria recém-publicada, na página ADITAL e republicada nesta página explica isso dentro das 10 maneiras de manipulação midiáticas, a segunda forma é a de criar problemas e depois oferecer soluções. Ele desenvolve afirmando que “esse método também é denominado “problema-ração-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” previsa para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos.”.
Passada toda a agitação espetacular da ação do Estado na ocupação do Complexo do alemão, a nova polícia já começa a apresentar os velhos problemas, casas quebradas moradores humilhados, e roubados pelos homens que eles mesmos aplaudiram.
O Estado diz vamos afastar esses maus elementos, mas não sei porque tenho a impressão de já ter ouvido esse mesmo discurso das inúmeras vezes que vi esse mesmo problema.

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2 Comentários

  1. o pior é o fato de o comandante geral declarar que as denuncias são vazias, que no BO o rapaz dizia outra coisa.

    um problema é : nenhuma denuncia deve ser considerada vazia.

    o segundo problema : quem redige o BO é sempre um policial, um cidadão pode bater um BO todo coagido. é uma merda esse tipo de atitude

    esta operação toda me deu muito medo, e confesso ter ficado surpreso, esperava um massacre muito maior, apesar de saber que o massacre foi maior que o mostrado na TV, eu realmente imaginava algo muito pior.

    no fim o governo mostrou o seguinte, eu não quero acabar com o traficante de morro, só quero mostrar a vocês que tenho condições de fazer isso.

    agora ninguem comentou das outras operações que rolaram, como no jacaré, e nem falam do outro lado do complexo, morro da fé e juramento.

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  2. Na briga entre os alienados e egoístas comerciantes do Tráfico e o Estado burguês com sua maquina de repressão fascista e corrupta quem leva a pior é a população.

    A luta contra o tráfico tem de acontecer e a defesa das camadas mais pobres também. Porém o que vemos hoje no Rio é uma briga entre comerciantes envolvidos com as olimpíadas e os comerciantes envolvidos com o Pó.

    Burguês contra burguês brigando e no meio disso tudo agente se ferrando.

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