Samba Siempre Comandante Che Guevara

L.dF. – Por que a polícia está perturbando vocês?
Mulher grávida responde: – É porque estamos de Che Guevara.

Uma   experiencia simbólica ocorreu nesta terça feira de carnaval, ao avistarmos de longe uma praça onde mais de vinte che Guevaras estavam cercados por um grupo de cerca de oito policiais, três membros atuantes do linhas de fuga decidiram que deveríamos acompanhar o desfecho disto.



A Turma Maldita que, um dia antes, havia participado do concurso de clóvis que ocorre na Avenida Rio Branco, (concurso este patrocinado pela prefeitura do rio) estava naquele momento sentado no chão de uma praça após todos serem revistados e perderem suas armas feitas de isopor e papel brilhante amarelo e suas bandeiras (muitas perdas foram justificáveis), 




  • Porém alguns fatores nos intrigaram, perguntas ficam no ar:




Por que só o grupo deles foi parado? (vimos passar no mesmo local diversas pessoas com bandeiras de cabo suspeito, gente de farda e máscara cobrindo totalmente o rosto e outras mil fantasias que poderiam abrigar armas ou quais quer ítens suspeitos. Por que apenas um grupo é escolhido para passar por tal situação?


Por que após a turma dos guevaras entregarem todas as armas de isopor e madeira e paus de bandeira foram obrigados a ficar sentados por quase meia hora no chão, por policiais que (alguns destes policiais) ao virar-se de costas davam risos sutis daqueles que damos quando estamos nos divertindo com a situação, enquanto outros passavam em condições tão suspeitas quanto e nada sofriam?




  •  veio após:




Cerca de quinze minutos depois do ocorrido revimos o grupo no carnaval se divertindo e em seguida tomando outra dura dos policiais, que deles já tinham tirado tudo que poderia representar perigo. E novamente as questões retornam, o porque da segunda atuação policial?



Porém a discussão fundamental que o linhas de fuga quer compartilhar caminha além do bem e do mal, além dessa falsa dicotomia que tememos  cair, de proteger um lado em favor do outro, endemonizar tanto os policiais quanto a turma maldita seria um erro intelectual de nossa parte, seria julgar sem um devido debate.


Nossa questão não passará por idoneidade tanto de um lado quanto do outro, mas pelo fato de que um grupo é parado devido sua fantasia e outros não, como ocorre a escolha policial de quem deve ser revistado, investigado ou não, como definir quem é suspeito ou não de algo? a cor da pele? o lugar que vive? o jeito de falar? isso é o suficiente para criar um elo de interferencia? 




  • A nós, cabe então discutir o além do evento, as questões subjetivas que extraimos do acontecido.




Assim se fechou a terça feira de carnaval da Turma; que talvez tenha assustado mais pela figura que representavam do que pelos itens que carregavam, a turma que saiu com o tema: O verdadeiro exército de Fidel Castro - 2011 a revolução –  deixou algo muito claro, o poder que esta imagem ainda tem, não soubemos ao certo o porque da escolha do personagem Che médico, humanista e revolucionário.


turma maldita

Podemos conjecturar o mais provavel: ser pela força de combate que  Che Guevara e Fidel arremedam, mas quando seguimos por esta linha de raciocínio apenas,   mil opções de escolha surgiriam, porém entre tantas guerras, tantas revoltas, tantos personagens este rosto ainda é carismático a ponto de encontrar em um grupo de jovens da Ilha do Governador o desejo de homenageá-lo, de  por quatro dias ser ele, “endurecerse, pero sin, perder la ternura jamás”(guevara) e ao mesmo tempo encontrar-se diante das armas do poder militar estadual   “ e em tantas fardas cegas  que continuam a temer uma terra  afro-latina e ameríndia” (Yukka) a necessidade de calar esta imagem.



Um homem que se torna um mito, um símbolo de ideal de luta e igualdade um homem de fácil assimilação pelos mais pobres que sonham um dia mudar a história da própria vida e da realidade dos que com ele vivem ecoando e ganhando voz num grupo de jovens chama atenção, cria polêmica  constrói uma história própria ganha um novo olhar, na expressão artistica popular mais peculiar de um carnaval suburbano, E o Yukka foi muito feliz ao dizer: “A tão usada foto de Che ainda tem força pra sugerir que sempre é hora de sermos mais inteiros'”


Talvez este grupo como muitos outros cujo imaginário é fortalecido no nome do Chê não tenham a total compreensão do que foi a vida e luta deste homem, porém talvez  tenham completa consciencia do emblema que carregaram neste carnaval, do homem guevara, talvez muitos ainda percebam a relação do oprimido e opressor sem conseguir ver bem quem é eu verdadeiro opressor, entrando no perigoso laço das guerras entre o oprimido e oprimido. Mas digo só talvez


Porém a sugestão do personagem ainda está viva e pode ser um começo de mudança na cabeça de muitos que os viram passar na rua.





Parabéns a Turma Maldita pela caracterização muito bem feita,  pela escolha feliz do homenageado e por manter viva uma tradição importante do carnaval suburbano, torcemos para que busquem conhecer ao máximo esse que vocês representaram, conhecer e ensinar aos que não conhecem o caráter a ideologia por trás do homem e não apenas a relação bélica de força que ele carrega. 


Um cara que atravessa a américa latina aprendendo da pobreza e das relações de opressão que o pobre sofre e um cara que mesmo tendo asma combate toda a opressão, entendendo quem é seu verdadeiro inimigo, que este inimigo nem sempre é o que diretamente ele combate.


Guevara é um e é muitos e tinha um sonho e viveu lutando por este sonho de igualdade entre todos os homens, em um mundo onde as leis de exploração do capital não reinassem.


Parabens garotos da TM-2011 



  • linhas de fuga no local:

Rafael Braga         Rodrigo Bertame         Hugo Labanca

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