Expurgatório

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desde a eternidade na pele
dádiva divina aos mortais
saudade é febre aftosa
.habeas corpus e nada mais!

mande agora mandrágora e tintos vinhos
e com lento som direi: natimortos jamais!
não seremos bons samaritanos comezinhos
em busca estreita da sonolenta benta paz

sejam benvindos filhos do porvir
grávidos de fúria, torpor & desejo
ávidos neros de impérios obstinados

& relíquias, relicários, amuletos & talismãs
irão nos resguardar da paranóia milenar
enfim, nunca seremos penitenciados!

 
 
Felipe Rey

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1 Comentários

  1. Percebo luzes
    que sobrevivem ao zunido estrépito da metrópole.
    Me pergunto
    sobre as vidas singelas ou depravadas me rodeiam neste momento.
    E me vejo dentro de todos esses dígitos e fôlegos vitalícios.

    E só você me arde em vénias,
    como gota de nitidez
    neste habitat que de forma insolente insiste em desertar da simetria natural.
    Seu olhar, seca minha mente
    de maneira que esta estiagem descompassa minha solidez ostentante
    me flagrando em motins de pensamentos.

    Gostaria de viola-la e toma-la de forma simples e real
    Sendo absorvido pelo manto de hipóteses que abraçanos
    e desforra minha ciência.
    Mas, é mais fácil ter a corpulência para enfrentar essa cidade
    do que possuir a audácia de afagar-me e afogar-me em seu olhar.

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