Dia 13 de junho de 2013,
o dia em que o Rio de Janeiro se expressou. Um ato dignamente popular caminha pela
Avenida Rio Branco, esta que fora palco dos grandes carnavais de rua hoje
recebeu seu povo em protesto, as máscaras que além de lúdicas preservam as
identidades, outras a saúde vão
desfilando em um tom uníssono
verbalizando todas as consternações contra o atual caminhar desta cidade.
O Rio dos grandes jogos, das grandes festas, dos guardanapos
na cabeça, se vê abalado, por este seu povo que deu um ultimato sobre o
transporte.
Este Rio é a cidade da Copa, dos Jogos Olímpicos, do Papa,
uma cidade que vendeu-se para fora e perdeu-se para dentro, abandonou ao
relento a sua principal razão de ser, o povo carioca. Aos poucos foi deixando
seu povo órfão, começou sorrateiro, em meio a remoções estéticas e
anti-éticas a empurrar os seus mais
pobres para o mais distante, com
discursos e obras foi-nos convencendo da importância disso para o todo; a atração de mercado e a abertura de novos
terrenos aumentou a especulação imobiliária, a cidade encareceu para receber seus
ilustres visitantes , e assim uma nova leva de seu povo continua o processo migratório
já iniciado pelo estado.
Somado a este processo permaneceu a estagnação completa do
sistema educacional e de saúde pública na cidade, não é tão importante quanto o
maracanã (palco da grande festa) , e por fim este mesmo maracanã , jóia cara,
diamante transformado em carvão, sobrevalorizado;
o maracanã, que não tem mais geral, não tem mais arquibancada, não tem mais sua
laje de concreto, e não tem mais a capacidade que tinha e não custará o mesmo que custava, mas isso não importará
muito, pois este também não é mais um estádio para o carioca comum curtir aos
domingos, afinal a arquibancada do carioca é a rua, como já ensinava o
comercial publicitário.
Assim podemos resumir: tiraram-nos a casa, tiraram-nos a saúde, tiraram-nos a educação e
tiraram-nos o lazer, e neste mês atacam-nos o direito de ir e vir. Não é por 20 centavos como diz certos
comentaristas (é fácil para um comentarista parecer um intelectual, pois nunca
tem quem o rebata no exato momento do comentário); é pelo ataque direto a nosso
direito legítimo e legal de ir e vir.
O que chamamos de ônibus é simplesmente um elemento
fundamental do transporte público urbano, mas no caso do Rio o que chamamos de ônibus
é um chassi de caminhão de carga com uma carcaça e cadeiras, sabe quando você comenta
que parece um saco de batatas quando seu ônibus faz a curva? Você está certo ! você
realmente parece um saco de batatas, pois toda a estrutura do seu ônibus é a
mesma feita para caminhões que transportam sacos de batata, é um jeito de
pessoas como jacob barata (sogro do governador do rio) economizarem dinheiro
com ônibus.
Esse é o legado dos jogos, uma cidade que não está sendo
pensada para seus cidadãos, e que chegou hoje em um limite, que o dia de hoje
se repita, pois ninguém merece pagar
R$3,00 reais (sim pois ninguém tem as moedas de 5 centavos para te dar troco)
para andar no mesmo transporte nojento, inseguro, lotado e quente.
Por isso vai, não há de ter medo de ir as manifestações, não há de temer lutar pelo que é seu, direito
a um transporte digno que te de qualidade de vida e de trabalho, e a quem não for, sugiro que pague as
passagens com moedas de 5 centavos, pois as empresas precisam delas para dar
troco, tenha paciência e leve sua passagem em moedas de 5 centavos, não se
importe se só tiver R$2,85 de moedas, afinal a empresa nunca se importa
em ter seu troco mesmo.
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