Apartheid Cultural
Por : Flávio Lima (músico, professor de geografia, suburbano)
Nesses tempos de globalização da pobreza e do individualismo, onde o principal produto de comercialização é o capital, é preciso estar atento e forte.
O acesso aos bens imateriais de nossa gente, como a arte e a cultura, fica cada vez mais restrito a um seleto grupo de pessoas abastadas, ungidas pela propriedade do dinheiro e sob o manto protetor das leis de incentivo à cultura, em diversas instâncias. Por outro lado, artistas, intelectuais e produtores ligados ao grande capital, transformam a cultura e a arte em bens de consumo não duráveis, com a aquiescência das grandes mídias cartelizadas em favor dos mega espetáculos que movimentam somas faraônicas. Enquanto isso, a periferia dos grandes centros, embora possuam grande riqueza e diversidade cultural, ficam relegadas ao plano da invisibilidade, oprimidas por um sistema que determina que tipo de movimento ou ação cultural será industrializado, massificado e empurrado goela abaixo da maioria da população.
O subúrbio, fatia integrante de um processo macabro de segregação sócio espacial, tratado efetivamente como sub-urb, ainda não foi capaz de ser auto-sustentável sob o ponto de vista das suas manifestações artístico-culturais , visto que as questões de infraestrutura urbana mais básicas ainda não foram resolvidas.
É importante que se reforce os movimentos independentes de cultura no subúrbio, no sentido de dar-lhe uma identidade autônoma, para que seus artistas possam, de uma vez por todas, mostrar seus valores na produção artístico-cultural, sem a necessidade de desfigurar seus projetos para cair nas graças daqueles que controlam os grandes grupos de informação e manipulação dos reais interesses da população.
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O Professor de Geografia Flávio Lima, sustenta com seus próprios punhos o Espaço de Cultura, Centro Cultural Casa do Artista Independente – CASARTI , cuja diretriz principal é a valorização do Artista e de Cultura de Qualidade.
Para além da visibilidade, o Centro Cultural CASARTI sempre foca no profissionalismo trazendo para si uma diretriz clara de que, se o Artista subir no seu palco, o Artista tem que receber por isso.
Nós do Coletivo C4 apoiamos a idéia do CASARTI e somos parceiros deste espaço de grande valor e luta.
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