Como bom tricolor entendo o que é a vontade e a tristeza de
ver seu clube do coração perder um campeonato nacional e sair da série
principal do mesmo, e acompanho de longe toda a movimentação pós fato ocorrido.
A máxima popular diz que futebol se ganha em campo, isto é a
forma legítima de ser campeão, e por este conceito desabilita as formas legais,
que passam a compor um tecido de subterfúgio perceptível, um instrumento a ser utilizado para interesse
individual.
Com a ação no STJD que pode vir a proporcionar o
rebaixamento da Portuguesa e a manutenção do Fluminense no campeonato do ano
que vem, põe-se a mostra uma grande contradição exposta do sistema jurídico,
nem sempre o que é Legal, é legitimado pela força popular, e é neste momento em
que o Futebol Brasileiro se encontra com as grandes manifestações.
A CBF nos expõe com uma certa clareza ao conceito da Lei
como instrumento de interesses individuais sobre as premissas e entendimento do
que a força popular entende como o correto para si. Sim, ninguém quer um time
que não ganhou nos campos seja beneficiado por um artigo legal burlado, cuja
burla em nada influenciou um time que nos campos ganhou o direito de permanecer
onde está.
O mesmo dualismo entre a legalidade e a legitimidade se faz
firme diante de nós quando nos é tirado o direito a livre manifestação sob o
escudo da legalidade, apesar de ser legítimo, ou quando se rebelar contra um
Estado que não garante o mínimo que deveria prover a seus cidadãos é ilegal,
apesar de seus cidadãos legitimarem.
O mesmo discurso que pode salvar o Fluminense do
rebaixamento e condenar a Portuguesa a Série B, é o discurso que torna
criminoso fechar uma via pública para reclamar do fato de sua casa ter enchido
devido a falta de olhar público sobre seu município ou bairro, é o mesmo
discurso que transforma em criminosos os moradores do Horto ou da Vila
Autódromo, é o mesmo discurso que dá fé pública aos autos de resistência, que mantém preso o baiano.
Diante deste paralelo, só temos a dizer: assim como diz a máxima do futebol, que todo peladeiro aprende desde muito cedo que jogo de futebol se ganha no campo, democracia se faz nas ruas.
Diante deste paralelo, só temos a dizer: assim como diz a máxima do futebol, que todo peladeiro aprende desde muito cedo que jogo de futebol se ganha no campo, democracia se faz nas ruas.
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